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Qual impacto uma crise pode gerar no meio tecnológico?

Atualizado: 28 de abr. de 2021

A necessidade é um dos maiores propulsores humanos. Foi da necessidade de garantir a segurança que a Volvo disponibilizou gratuitamente a invenção do cinto de segurança de três pontos para outros fabricantes de veículos, no final dos anos 50. Também pela necessidade de garantir que a vacina chegasse mais facilmente ao maior número possível de pessoas que Albert Sabin abdicou dos direitos da patente da vacina de poliomielite, na década de 1960. Mas em momentos de crise, no entanto, quando a atenção está voltada para solucionar um problema de urgência imediata, deixamos de lado necessidades que antes tomamos por garantidas.

As pesquisas realizadas em universidades no mundo inteiro, por exemplo, que tiveram que ser interrompidas ou adaptadas por conta da situação mundial atual e tiveram o andamento dos projetos prejudicados, apenas ressaltam esse fato. Pesquisas que envolvam testes clínicos ou cobaias foram as mais afetadas, com equipamentos caros que precisam ser higienizados a cada uso, de acordo com Emerson Camargo, pesquisador do Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em matéria da Revista Questão de Ciência, assim como aquelas que as amostras terão de ser descartadas e dados de experimentos recentes perdidos. Ainda somado ao fato de que muitos alunos e pesquisadores não têm a capacidade de acompanhar o andamento da pesquisa por não terem acesso de qualidade a um aparelho e conexão de internet, ou que o acesso a certos materiais e insumos foram adiados e acordos entre centros de pesquisas foram deixados de lado.

Ainda há a tentativa de minimizar as perdas, como pesquisadores que utilizam desse tempo que não tem acesso aos laboratórios para redigir seus artigos e teses, tirando proveito para adiantar parte do trabalho para prosseguir sem interrupções a partir do momento que a volta aos centros de pesquisas sejam permitidos, mas resta questões sem resolução - bolsas científicas reduzidas ou prorrogadas, tentativas de acompanhar e prosseguir com a pesquisa da melhor forma possível através de reuniões virtuais, vídeo aulas e leituras de artigos pela internet.

Não é mais incomum, especialmente devido ao momento que passamos, ouvirmos relatos de pessoas que, por mais produtivas e ativas que fossem durante o horário de trabalho antes da pandemia, estão sentindo a chamada “fadiga do zoom” tão facilmente. Um fenômeno que há alguns anos seria difícil de acreditar - superestimamos a nossa capacidade de permanecer sentados, em frente ao computador online por longas horas, executando o mesmo - ou até mais - trabalho, durante o mesmo horário comercial de antes, interagindo apenas com dezenas de rostinhos por meio de videochamadas no mesmo ambiente que reservamos para descansar, para lazer, trabalho e estudo.

Mas quando se toma em consideração o mercado, percebe-se um impacto muito mais palpável. De acordo com pesquisas da IDC Brasil, é esperado uma redução de até U$15 bilhões nos investimentos com tecnologia da informação na América Latina entre 2020 e 2021. Apesar do isolamento ter introduzido a uma maior massa a cultura das videochamadas e trabalho remoto - o que causou um impacto positivo para o setor de softwares e ferramentas de comunicação unificadas -, a curto prazo as tecnologias como dispositivos de consumo, serviços e servidores de TI em domicílio sofreram de forma negativa, uma vez que a busca por bens e serviços diminuirá por conta dos impactos econômicos.


Texto escrito por Carolina Matos


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